DE UM CAFÉ A UM PRAZER
Meus poemas tem o gosto de café passado na
hora, se não beber logo, perde-se o sabor original.
Necessito escreve-los assim que emergem no
pensamento, pois do contrário vão embora como o aroma do bom café.
Alguns são encorpados, outros curtos, há os
longos e demorados.
Há os adocicados, e os que têm de se sorver
compassadamente.
Por vezes instantâneos.
Para as enfermidades e dar um sacode, prefiro
os amargos.
Por suas vezes são como os amores em nossas vidas.
Tempo tomam belas formas, e noutros exalam embriagante perfume.
Porém
quando vamos sorver, são como água de batata, chatos e sem graça na ponta da
língua.
Existem
amores que nos levam a fazer coisas que sozinhos nunca teríamos coragem.
O melhor
é esperar o momento oportuno para juntos realizar.
Há
paixões que nos obrigam a dar a volta por cima e sacudir a poeira.
Outras
que nos embriagam e ficamos eternamente juntos.
Ah, mas
bom mesmo são os amores que cultivamos calmamente, que por não serem inteiros de
imediato, vão nos preenchendo aos poucos.
Fazendo
com que nunca queiramos que se acabem de tão gostosos.
Estes
deveremos de saborear, e apreciar com a dignidade de reis, pois que pelo seu
néctar... Merecem, mudam nossos sentidos, e raramente a vida nos oferece.
Assim
também são meus poemas e amigos.
Às
vezes passam e ficam... noutras vão embora levando um pouco das dores, deixando
um pouco de perfume em nosso destino. Então, degustemos esta vida cheia de
poemas, amores, dores, prazeres, amigos e vários cafés.
Wesley Claudino
“Pescador” 28|08|2015