terça-feira, 30 de agosto de 2016

DE UM CAFÉ A UM PRAZER

                              DE UM CAFÉ A UM PRAZER
 Meus poemas tem o gosto de café passado na hora, se não beber logo, perde-se o sabor original.
 Necessito escreve-los assim que emergem no pensamento, pois do contrário vão embora como o aroma do bom café.
 Alguns são encorpados, outros curtos, há os longos e demorados.
 Há os adocicados, e os que têm de se sorver compassadamente.
 Por vezes instantâneos.
 Para as enfermidades e dar um sacode, prefiro os amargos.
 Por suas vezes são como os amores em nossas vidas. Tempo tomam belas formas, e noutros exalam embriagante perfume.
Porém quando vamos sorver, são como água de batata, chatos e sem graça na ponta da língua.
Existem amores que nos levam a fazer coisas que sozinhos nunca teríamos coragem.
O melhor é esperar o momento oportuno para juntos realizar.
Há paixões que nos obrigam a dar a volta por cima e sacudir a poeira.
Outras que nos embriagam e ficamos eternamente juntos.
Ah, mas bom mesmo são os amores que cultivamos calmamente, que por não serem inteiros de imediato, vão nos preenchendo aos poucos.
Fazendo com que nunca queiramos que se acabem de tão gostosos.
Estes deveremos de saborear, e apreciar com a dignidade de reis, pois que pelo seu néctar... Merecem, mudam nossos sentidos, e raramente a vida nos oferece.
Assim também são meus poemas e amigos.
Às vezes passam e ficam... noutras vão embora levando um pouco das dores, deixando um pouco de perfume em nosso destino. Então, degustemos esta vida cheia de poemas, amores, dores, prazeres, amigos e vários cafés.

                                Wesley Claudino “Pescador”  28|08|2015

SONATA A VIDA

SONATA A VIDA

Mais que uma ave que avoa o vento a cortar.
Mais que uma clave que se põe a tocar em qualquer canto de uma canção, fazendo em nossos ouvidos vibrar.
E em nossos corações emoções aflorar.
Mais que sino solitário no alto a badalar, e em todo o espaço o seu som arfar.
E no silencio vazio de uma oração que brota dentro de cada ser que se põe o perdão a pedir, este abafar.
Mais que com joelhos sangrando a gotejar pelo martírio, este em vão os pecados levar.
Mais que com dedos caídos a dizer sim, não nos preocupemos, pois que amparando-nos uma luz maior esta.
Mais que por entre espinhos a pontuarem uma face, que contemplando o infinito de cada um, Jesus sempre também esta.
Mais que uma pena desprendida no ar a cair e solta ao acaso, existe o momento certo.
Mais que o perdão aceito em tempo incerto.
Mais que o peito aberto a tudo bater.
Mais que o impulso no correto instante, cozer no espaço por entre concretos colocados pelo homem, onde sempre querendo ser o predileto e o primeiro a chegar.
Mais que medidas erradas, ditas e forçadas no erro, transparecendo de imediato o consolo exato.
Mais que o medo palpitando em corações que vão a pulsar nos seres que se pensam sãos a todo o momento.
Mais que o azul bordado em brancas nuvens a repelirem por vezes os fortes raios solares, que mesmo assim continuam a aquecerem cada pensar.
Mais que o verde que se perde por entre a mata fechada e ainda não desvendada.
Mais que as águas dos rios que de gota a gota vieram a se juntar, e darem se ao mar.
Mais que um soneto que de claves em claves, bordões a bordões, sustenidos e sois a tocar.
Mais que as pendentes flores dos girassóis com seu amarelo ouro brilhar, neste céu cintilar.
Mais que milhões de coisas que ainda eu possa realçar.
Venho nestas palavras mais uma vez declarar, que a imensidão de todo o universo que o ar possa preencher, digo a todos procurem logo em verdade amar.
Pois, só assim todas as lágrimas secarão.
Se todos converterem ao puro perdão.
Nisto mais que em voz onde soa um não, haverá sins, como uma águia que no alto voa veloz, a mirrar presa fácil.
Venha todo ser a paz encontrar, para assim em porto seguro poder ancorar.
Mais que a eternidade, espere, que com resignação este tempo olhar, onde que rápido passa, como estrela cadente a despencar.
A contento ainda chegará.
Pois mais que uma águia que há no alto a vigiar, Deus nosso eterno pai, esta a nos guiar.
Então sendo assim, de soneto em soneto vamos à vida amar e bailar.

 “Pescador”.                                               29-04-2013

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

SAUDADE VERDADEIRA


Há quando me lembro de nos a desatar e nós a e rir na vida...
Dá tanto medo de tanta orgia...  Que havia...  No meio dela.
Era tanta coisa que só a gente entendia... E via.
Quando a gente varria a casa e mal tirava a poeira, já se encostava.
Deixava a sujeira num canto e ia dançar no meio da sala.
A gente chorava e se achava... E juntos se defendia.
Tanta bagunça tanto medo, tanto se esconde e esconde, mas tanta calma... Tanta alma.
A inveja e irá dos outros a gente via.
Finca arma no chão, armas entocam na mente de quem mente pra si.
Coloca faca no toco e deixa de lado os problemas dos outros... Pois, são rugas na alma que não dá pra fingi.
Fuma um e relaxar, olhávamos estrelas escutando o barulho do mar, e o infinito que nunca chegava.
Amor da vida.
Sem arma no coração.
Nada incomodava.
Andava pelado, pois pelados estávamos...  Pra tudo.
Era tanta bagunça sem nenhum medo de ser feliz.
Pois, a gente só queria sorrir pra vida, a quanta saudades de tanta zoeira...
Do teu aconchego, dormir nus de conchinha.
Cozer comida quem ninguém fazia igual.
Andar sob as estrelas pisando na areia.
No varrer a casa... Loucos de amor a dançar colados... com dois passos pra cá e dois pra lá.
Mesmo com as latas já vazias da ceva gelada, e se Brahma não havia podia ser até Bavária.
Pois quente era também o nosso amor.
E assim a gente ia.
Jogando os problemas pros lados e pra trás, dando sentido a nossa vinda.
Sendo que tínhamos a certeza que logo à frente a gente iria dar uma solução, porque a sorte nos sorria.
Assim era o nosso amor.
Mas em volta era tanto sufoco, tanto mormaço de sol e maltrato de gente que não comia e nem dormia tranquilo ao ver tanto amor.
Só que ninguém contava... que nem eu e nem meu Papa se extinguiria.
Assim a gente ia brincando ao meio de uns dias.
Também juntos de tanta sujeira, porém com poesia.
Com tanto sorriso, gargalhadas a gente se ouvia e se entendia.
Sem hora marcada e sem hipocrisia.
Há era tanta rueira, tanta bagunça e ao meio disso tudo a gente se lambuzava e se amava.
Tanta leveza dentro da alma em ser alguém que sempre ria e ia sem armas pra luta.
E hoje, e agora... Como será que tá tudo no mundo que passa e não mais escuta tanto alarido, os que ouviam e não ouvem mais.
Só desejo que saibam que haverá um dia...
Aonde tudo vai se arrumar e o vento levar a saudade pra longe de nossas vidas.
E assim, a gente vai voltar a bailar ao meio da sala do universo... porém não mais desarrumado em nossa existência ,sem véu e sem medo.
Pois o tempo leva as brumas e trás de volta o que é amor de verdade...
Pra sempre.
                   Wesley Claudino (PESCADOR) 
                                   17|08|2016

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

VÊNUS FUTEBOL CLUBE




Antes, nada havia, logo as mãos criaram.
Agora, a baliza repleta de emoção, começa a vazar em vibração.
Vênus na multidão é algo de profunda contemplação.
As pessoas são um só quando querem.
Pois,  nos assentos e acertos da vida, fazemos muitas reservas de amor.
A multidão aflita, desenrusti quando o cupido atinge o coração.
Vênus existe, como o banco de reservas... que ainda aplaude.

"Pescador"  em 12|06|1993

sábado, 13 de agosto de 2016

A Lenda

Conta uma lenda que Deus criou dois seres para amarem, e completarem-se por toda existência.
Porém não haviam se encontrado, e isto proporcionava algo neles que não sabiam o que era.
Um vivia do que o destino lhe supria pelas vontades de outros seres.
O segundo a fazer artesanatos com folhas de palmeiras.
O vivente das benesses, certo dia descobriu que poderia voar então alçou voo à procura do que encontrar, pois carente se achava.
Quando encontrou sua cara metade se declarou, relatando que seriam felizes juntos, pois além de voar era igual ao espelho que mostra o visível diante de si.
O dinheiro escorria por entre seus dedos, pois não se apegava a materialidade.
Amaram-se a viajar por vários lugares.
Porém certo dia o artesão com suas unhas grandes e fortes que ficaram de tanto desfiar as folhas de palmeiras ainda verdes, encontrou um sujeito a lhe propor sociedade, este se sentiu atraído e quis fincar raízes naquele lugar.
Mas o transparente disse não, que o amava e gostaria de seguir viagem, pois outras paragens os aguardavam.
O artesão não quis ouvi-lo e disse que iria ficar.
Solitário o companheiro foi se embora, a outras almas buscar, levando na bagagem muita dor e o que aprendera nesta convivência.
A única força positiva que levou foi à confiança que herdara de Deus.
Conta-se que depois de algum tempo, houve uma seca enorme naquele lugar passado, que nem uma folha de palmeira a balançar no ar sobrou.
Assim o artesão já não conseguiu sobrevir com o seu trabalho e morreu, juntamente com a ganância que era o sujeito que se apresentara como algo bom e duradouro para ambos.
Com este relato fica a certeza que havemos de existir como os dois seres, tendo mãos ágeis a trabalhar, sermos desprendidos da materialidade, nos doando ao amor.
E acima de tudo analisar e procurar saber exatamente onde ficar sempre que precisar, para que assim possamos vir a sermos transparentes e irmos ao encontro do que nos deixam felizes, para também nada do que seja suficiente venha a nos faltar.

                                                              04-04-2012 "Pescador"