Mulher
Raiz
no útero gaia.
Corpo em pele ligando o nu por um espaço de tempo.
Talvez juntas... algumas pessoas em volta a observar e aceitar.
Fazendo parte da cena somente a olhar ou ao sentir os aromas
soltos no ar.
Desde o vento frio...
À fumaça do incenso!
Com os olhos espantados na expectativa de poder entender como tudo
acontece.
As memórias veem a mente...
Nisso lembro-me dos cabelos vermelhos em movimento, trazendo fogo
no ar.
E a pele nua ao meio da fria brisa, desperto curioso olhar... em
saber sem receios até dos mínimos detalhes!
Poder ver os pelos em pele alva branca, parece macia aos olhos
vidrados. Ali, naquele instante sentir a energia saindo dos ágeis dedos magros
e a cada detalhe observo este corpo harmonioso com sua nudez.
A
imagem fica na minha mente provocando nostálgica dinâmica! Levando-me a
sensação de como se eu estivesse acorrentado no vácuo do espaço... Fazendo-me
também sentir igual a um mamute congelado... Que somente observa tudo ao seu
redor!
E
cravada fica a imagem no cérebro, como um filme que reinicia a todo seu
término.
Lembrando-me
dos movimentos do corpo tremendo no ar.
De pé, com pés enraizados e a boca silvando em língua...
Há um chamado... Onde só depois de várias voltas no meu pensamento...
O olho se abre e permite-me ver o azul de toda energia reverberada
no intimo espaço de cada um, provocando uma intersecção no tempo, no espaço, nisso
destaca-se que: somos um, somente quando quisermos.
Wesley Claudino