sábado, 18 de novembro de 2017

Luz de Si I

              Luz de Si I
Destrutível esconder os sentimentos.
Esta talvez a razão de todo ser composto!
Pela inocência em ser dono de sentidos.
Que compreendem a emoção de ser unicamente...
Exclusivo!
Tolo engano da vida.
Pois, a soberba nos afastam da realidade.
Onde provavelmente os suspiros, viram lágrimas.
Imortais nossos desejos que brotam e lacrimejam!
Sofremos até a morte.
Talvez, um dia a gente sinta-se feliz no cotidiano.
Também deixar dessa busca e contentar com cada porção de luz que nos cabe!
Sem que precise, ter toda luz só para si.


Wesley Claudino

Puro Desejo

Puro Desejo
Meus canais estão abertos pro que der e vier.
Não sei ainda qual o sentido de tudo.
Só sei que quero viver.
Tenho o medo de um dia chegar à conclusão de que não soube viver! E perdi a chance da vida.
Os homens soberbos reinam em seus mundos de libertinagem.
Porque não conhecem o cheiro da terra molhada nos campos e das florestas que os rodeiam.
Às vezes sinto enorme inspiração, e aí me jogo.
Não posso ficar triste quando nada dá certo!
Às vezes o oposto me atrai, mas logo passa a vontade.
E só vem o difícil em meu querer.
Nas duas faces da roleta que nunca roletam para o lado que queremos.
Mas que nos enche de orgulho, ternura e por fim gratidão!
Porque somos feitos da pura água de recomeçar.
Assim, percebo que não preciso ter medo de nada.
Somente tenho que amar.
Como se tudo fosse o começo e o fim.

Wesley Claudino

Cinelândia

Cinelândia

Pássaros!
Crianças!
Estátuas em monumentos.
Pessoas adúlteras dividem espaços iguais.
Pipocas e pombos pipocam!
Juntamente com caralhos e pombas expostas...
Nas ruinas de ser e viver.


Wesley Claudino

SOBER-vivência

              Sober-vivência
Corpo estirado em cruz.
Coberto por plástico preto.
Se reciclado, não importa.
Mas sim o clamor das mãos a suplicarem por socorro.
Doando-se a uma energia que nomeamos: Deus!
Noutras, armas a vigiar o cadáver.
Agora...
Já sem tédio, medo, ternura, angústias e dores.
Somente com o alivio de um ser livre de lamentos...
Que não mais lhe pertence, pois jaz.
Então, largada no chão, resta à imagem do pedido de perdão.
Pena que vários ainda que vivos...
Degradam-se nas infinitas calçadas da fama.
Por onde talvez, nada e também nem ninguém os velarão.


Wesley Claudino

Perpétua

   Perpétua

Primeiro...
Deus criou a luz.
Depois a terra.
Assim, que a luz começou clarear o solo...
Percebeu que ali faltava algo!
Então, com seu calor germinou vísceras.
Que se abriram a multiplicarem as coisas...
Em inúmeras formas de vida.
Transparecendo a perplexidade de observarmos os existires.
Comuns para ele, porém por vezes, ainda distante de nós.
Mas mesmo estando bem perto da gente!
Presentemente visível perpetuando nossas espécies por longas existências, jamais ousamos desperceber como nasce à cria de cada ser, onde por anos, décadas, centenas de anos luz que nos clareiam, nunca desistirmos.
Caminhos que provavelmente nos guiam a um Deus...
Perpétuo!


Wesley Claudino

Esgarça em Prosa


         Esgarça em Prosa

Pensamentos amanhecem.
Na dúvida vou a favor do tempo.
Nos pastos as seriemas em cantos encantam.
Produzem sinfonias em coros.
Atentas com sons preenchem todo espaço.
De pé a pé, distinguem os vultos que se escondem na mata.
Nestes lampejos antecipam os passos.
E como garças esgarçam seus ruídos no ar.
Desamanhassem no dia.
Neste clima, divago-me acontecer.
E sem cismas, cuido dos ecos ouvir.
Sabe-los ei me, sem receios.
Tal quais as seriemas que esgarçam em sons e tons.


Wesley Claudino

Olhar de Anjo III


                                Olhar de Anjo III

O nego que amo, tá lá no alto do morro...
Na luta de mais nada.
E eu...
Estou aqui, com seu filho!
Querendo saber onde ir...
E ou ficar comigo mesma.


Wesley Claudino

Olhar de Anjo II


            Olhar de Anjo II

Na época da escravidão...
As negras eram possuídas pelos senhores feudais.
Para que seus entes e elas próprias sobrevivessem...
Hoje...
Parece-me a mesma coisa!
Só que de maneiras diferentes.


Wesley Claudino 

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Mulher

                                     Mulher


Raiz no útero gaia.
Corpo em pele ligando o nu por um espaço de tempo.
Talvez juntas... algumas pessoas em volta a observar e aceitar.
Fazendo parte da cena somente a olhar ou ao sentir os aromas soltos no ar.
Desde o vento frio...
À fumaça do incenso!
Com os olhos espantados na expectativa de poder entender como tudo acontece.
As memórias veem a mente...
Nisso lembro-me dos cabelos vermelhos em movimento, trazendo fogo no ar.
E a pele nua ao meio da fria brisa, desperto curioso olhar... em saber sem receios até dos mínimos detalhes!
Poder ver os pelos em pele alva branca, parece macia aos olhos vidrados. Ali, naquele instante sentir a energia saindo dos ágeis dedos magros e a cada detalhe observo este corpo harmonioso com sua nudez.
A imagem fica na minha mente provocando nostálgica dinâmica! Levando-me a sensação de como se eu estivesse acorrentado no vácuo do espaço... Fazendo-me também sentir igual a um mamute congelado... Que somente observa tudo ao seu redor!
E cravada fica a imagem no cérebro, como um filme que reinicia a todo seu término.
Lembrando-me dos movimentos do corpo tremendo no ar.
De pé, com pés enraizados e a boca silvando em língua...
Há um chamado... Onde só depois de várias voltas no meu pensamento...
O olho se abre e permite-me ver o azul de toda energia reverberada no intimo espaço de cada um, provocando uma intersecção no tempo, no espaço, nisso destaca-se que: somos um, somente quando quisermos.


Wesley Claudino