sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Mulher

                                     Mulher


Raiz no útero gaia.
Corpo em pele ligando o nu por um espaço de tempo.
Talvez juntas... algumas pessoas em volta a observar e aceitar.
Fazendo parte da cena somente a olhar ou ao sentir os aromas soltos no ar.
Desde o vento frio...
À fumaça do incenso!
Com os olhos espantados na expectativa de poder entender como tudo acontece.
As memórias veem a mente...
Nisso lembro-me dos cabelos vermelhos em movimento, trazendo fogo no ar.
E a pele nua ao meio da fria brisa, desperto curioso olhar... em saber sem receios até dos mínimos detalhes!
Poder ver os pelos em pele alva branca, parece macia aos olhos vidrados. Ali, naquele instante sentir a energia saindo dos ágeis dedos magros e a cada detalhe observo este corpo harmonioso com sua nudez.
A imagem fica na minha mente provocando nostálgica dinâmica! Levando-me a sensação de como se eu estivesse acorrentado no vácuo do espaço... Fazendo-me também sentir igual a um mamute congelado... Que somente observa tudo ao seu redor!
E cravada fica a imagem no cérebro, como um filme que reinicia a todo seu término.
Lembrando-me dos movimentos do corpo tremendo no ar.
De pé, com pés enraizados e a boca silvando em língua...
Há um chamado... Onde só depois de várias voltas no meu pensamento...
O olho se abre e permite-me ver o azul de toda energia reverberada no intimo espaço de cada um, provocando uma intersecção no tempo, no espaço, nisso destaca-se que: somos um, somente quando quisermos.


Wesley Claudino 














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